O movimento HIP HOP no Brasil, ao longo de sua história, vem se caracterizando como um movimento contestador e instrumento de transformação social, pautando a luta contra opressões raciais e de classe. No entanto, como reflexo da sociedade machista, as opressões de gênero acabam por serem reproduzidas dentro deste movimento, principalmente pela imagem construída sobre a mulher na musica RAP.
As intervenções de diversas mulheres, articulando-se em rede no movimento Hip-Hop, que inseriram a discussão sobre relações de gênero nesse movimento, e foram mudando, através do diálogo, a percepção que os homens tinha sobre elas. Elas agenciaram essa identidade feminina em seu favor, ressignificaram a feminilidade, e passaram a ocupar lugar de destaque neste movimento.
No entanto, sabemos que há, ainda hoje, no campo do RAP, uma expressiva diferença entre as produções de homens e mulheres, demonstrando que embora as "minas" tenham conquistado espaço nesse movimento, ainda enfrentam dificuldades maiores que a dos "manos".
Por esse motivo, o objetivo desse Festival é estimular e fortalecer a produção feminina no RAP, através de uma premiação e duas menções honrosas para grupos de RAP, feminino ou misto (homens e mulheres), este último que contenha mulheres como protagonista nos vocais, cuja as temáticas de sua letra abordem as relações raciais e de gênero.
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